domingo, 1 de agosto de 2010

Olhe para o lado
Estarei lá a sua espera
Se chorares te abraço
Se sorrir sei o que faço
Temos nos unindo um laço
Ficas de mim a passo
Deixo marcas com um traço

Oposto até quando

eu revelo, vc esconde
eu sussuro, vc silencia
eu entrego, vc toma
eu abro, vc invade
eu toco, vc marca
eu vou, vc me segue.

Como?

Como poderia te esquecer?
Se na manhã escrevo teu nome no piso branco
E no espelho vejo refletido teu sorrido
Invade-me então o desejo de te ter
Ao entardecer e quando a noite vier

Como poderia te esquecer?
No caminho até a rua com seus estranhos nada percebo
Só relembro as marcas dos teus pés na minha varanda
E teu perfume que o vento carrega para a sala de estar
Impregnando meu sangue que te aspira se pára

sábado, 17 de julho de 2010

Entrega

Entrego - te um pedaço de mim
E tu me recebes com as mãos em concha
Assim, nenhum grão de minha alma se perde
Sinto então a leveza de teu toque
Aspiro teu perfume, que me acalma
Me abandonando por completo
Permitindo que possas me decifrar
Conhecendo - te sem teu olhar encontrar.

Primeiro encontro

A todos demonstro
O encanto do primeiro encontro
E que foi preciso só um instante
Para aqui se fixar
Querer saber mais que teu nome
Mais que conhecer
O desejo é desvendar

Olhar de girassol

Quero encontrar na cor do teu olho um sorriso
Que feito girassol ilumina este dia
Que começa frio, com chuva fina
Para fazer as ruas se abrirem
Quanto ainda falta para que a saudade seja só lembrança?
E a lembrança não seja a lágrima que se perde a caminho do queixo
Marcando com o gosto salgado o lençol novo
A espera de encontrar

Gosto bom

Eu gosto de ver suas palavras
E sorrir como se tivesse ao teu lado
Sentido você ocupando todos os espaços
E me fazendo feliz no tempo que está aqui

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Qual tua Biografia?

a todos demonstro
o encanto do primeiro encontro
e foi preciso só um instante
para aqui se fixar
querer saber mais que o nome
mais que conhecer
desejo é desvendar.
Quanto de ti caberia no meu peito
A tanto vazio a espera de morador
Para desmanchar lençóis antes de vir o sol
Deixar marcas do dia ao chegar do mundo
Ficar nu, seja claro ou escuro
Dividir memórias
Contar histórias
Sorrir, para completar
O tempo que está a findar.

Nascimento

O verbo que se fez carne
Concebida no inverno ao sul do equador
Nascida sob a chuva negra de outono
Crescida no verão permanente
Fugida da luz flamejante
Descoberta no seco ar central
Viajante aos pontos cardeias

sábado, 20 de março de 2010

Destroços

Te falta algo?
Que te distrai de te mesmo?
Corres atrás de quê?
Pare para responder
Pare para aceitar
E depois siga
Em linha reta, sinuosa
Siga em direção ao certo
De teus erros sobraram destroços
E deles te reescreve sem pára.

Dia

Acordo e sinto faltar os dedos
Tudo escorre
Indo para longe
A palma da mão vazia
Seca e a pele fina
É o tempo escorrendo
Desgarrado corre atrás do sol
E tudo queima
Estão aqui as marcas
Não há força para secar as lágrimas
Durmo e não ouço mais minha voz

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Início

Apesar do retorno, não será mais o mesmo
No ponto de início algo mudará
Mais uma imagem tatuado em seu corpo
Uma cicatriz pulsando em seu peito
De igual, só a solidão das feridas
Ganhas no caminho percorrido
Primeiro doce, depois doloroso
E, apesar de tudo, inesquecível

Algo de errado?

Haverá algo de estranho nessa pele que o sol queima?
Existirá algo de errado nesses olhos que a luz atravessa?
Quantos erros escondidos sob o fios escuros?
Que o espelho não reflexe
Que as palavras não nomeiam
Quantos cortes devem ser feitos?
Para que quem sabe eles surjam
Escorrendo como sangue quente
A fazer marcas redondas no chão branco
A cada passo em direção ao leito
Onde haverá de adormecer.

Singela declaração

Amo-te, por está ao alcance da minha mão
Amo-te, por poder ouvir meu sussuro
Amo-te, porque está ao meu lado
Amo-te, por poder ver teu sorriso
Amo-te, o tempo me permite te tocar

Quando

Quando passar talvez fiquemos bem
Quando passar talvez fiquemos longe
Quando passar talvez nem lembremos
Do nosso "quando"
Quandos fomos carinho em toque
Quando fomos apenas nós na noite
Quando fomos tristeza no adeus
Quando fomos um na chegada
Quando passar talvez um vá
E, talvez, o outro fique

Quebra-cabeça

Hoje vou desistir
Andar pela rua e me peder
Esquecendo tantas palavras
Assim vazias, assim sem cor
Lançadas sob o tecido étereo
Que não sei tocar
E costurar para encontrar
Algo certo
Entre as peças de quebra-cabeças
Que o chão se tornou

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dia

Quanto amor
Quanta alegria
Se ganha
Se perder
No anoitecer
No amanhecer do dia
E a gente segue
Ora triste
Ora leve
Às vezes silêncio
Às vezes prece
Mas sempre sonho
De conhecer

domingo, 10 de janeiro de 2010

Silêncio

Nao se obrigues a me contar segredos
Talvez sejamos feitos para o silêncio
Que lentamente ensinano-nos a direção da saída
Sem lágrimas quando do adeus
Assim que nossos nomes forem apagados
Lavados pelo ondas da areia fofa
Levados para o infinito salgado

Riscos

Riscos sobre nomes
Escondem o que fora antes
Mostrando que nada mais é agora.

Amarra

Ficou então um nó
Aquele que sufoca a garganta
Violentamente cobrando uma lágrima
Elas jagem no conto do olhar
Pedido na parede branca
Na vã esperança do corpo se aquietar
Para sonhar algo belo à meia - noite

Retorno

O tempo ocupar-se - á então,
Levando - nos ao começo do caminho
Devolvendo-nos ao que sempre fomos: Ilustres Desconhecidos
Estradas cruzadas num momento que será esquecido
Silenciosos à medida que o relógio marca das horas
E, um de nós, terá os dias distantes como alívio
Enquanto o outro sentirá saudades da noite
Com cada pôr-do-sol a marcar a despedida.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Despedida

Por te terei bem - querer
Enquanto assim me permitires
E terei o carinho em palavras
Mesmo nas distâncias que nos separam
No tempo que estiver por perto
Ouvirei quando tu precisares
Serei silêncio se necessário
Para que o dia da despedida
Deixe memórias para sorrir