quarta-feira, 23 de julho de 2008

Pena de Anjo

Para Gohn

Dai-me uma pena de tuas asas
Com elas escreverei ternas palavras
Alçando teus sonhos ao infinito
Discorrer sobre o tempo
Criando amores e mitos
Com parte da vida tão tua
Debaixo de gotas de chuva
Apreciando o brilho cálido do luar
Iluminando teus passos
Deixando marcas onde chegar
És jovem anjo
Não há quem não perceba
Dentro de ti tanta grandeza

Ela

Ela que me invande
A rasgar o peito quieto
Neste dia deserto
Onde quase tudo é incerto...
Há não ser o que passou..
Lembranças de um dia puro
Do abraço amigo e seguro
Sorrisos para não esquecer
Aquecendo o dia frio
Esperando amanhecer..

Mudança

A saudade a fez escrava de um passado que se perdeu
O vento vem leva as pegadas,
E a lembrança não feneceu
Fica a vontade, coisa tão louca querendo tudo repetir
Trazer de voltar a alegria e nada ver partir
Mas ja é tarde, não há mais tempo
De segurar o que sobrou
Fica então só o lamento
Atravessando o pensamento
Daquilo que tanto brilhou
Apaga luz, perder as chaves
Agora tudo modificou

Teu sonho

Para Mah

Fora breve a visita
A casa que um dia foi tua
Mas o encontro está bem guardado
Em retratos de sorrisos não revelados
Na alegria feita de presente
É carinho, só nao sabes porque sente
Aparecendo no seu sono
Fazendo festas num belo sonho
Prevendo o que há de vir
Vendo nas estrelas uma amizade surgir.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Encomenda

A tua procura tem incertezas, mas segues
Algobelo e cheio de pureza a procurar
Não é tão simples alcançar o que tu queres
Tanto há para revelar
Curar feridas com marca de dor
Abrir olhos, acreditar
Caminhos traçados neste papel incolor
Fios da vida para entrelaçar
E devagar fica a tecer
Para com um sorriso amanhecer
Um amor para encontrar
Tendo como mapa o teu olhar.

Às escondidas

Queria - o intensamente
Encantou -se com a voz suave
Estremeceu com a pele leve
Desejo em seus olhos sinceros

Queria -o sinceramente
Nao por longos dias
Um beijo apenas
Horas breves numa bela noite

Queria - o verdadeiramente
Num segundo encontro despreocupado
Sem pressa, ficar abraçado
Só o agora, sem o amanhã que há de vir

O quis sem demora
A deixou, foi embora
Tudo mudou, o querer virou história
Restou a memória

Pronomes

A VERDADE:
Sobre mim sei tão pouco
Sobre ti menos ainda
Sobre eles nem a metade

A VIDA
Para mim é uma leve brisa
Para ti é chuva fina
Para eles é tempestade

A BUSCA
Em mim vontade
Em ti liberdade
Neles, realidade

Manchas

Mancha de tinta preta folha tão pura
Linhas espaçadas sobre está brancura
Descobrindo sentimentos vividos às escuras
Medo que seja sonho ou loucura
Na esperança que se repita
Gravar tudo com forte tinta
Pedindo que nunca minta
Que pegue na mão e sinta.

Estória

Finjo que amo você
Faço de teu olhar meu caminho
Da tua boca minha palavra
Do teu corpo minha estrada
Assalto teu baú de retratos
E revelo teu sorriso largo
Então, me transformo em saudade
Querendo ter querer com força e vontade
Usar teus braços para alcançar a liberdade
Fazer do desejo real verdade
Ocupando os espaços vazios no sono
Esperando que sejas eterno o novo
Traço jovem sobre os riscos passados
Por hora és imaginação, és quimeria, um achado.

Indagações para o novo

Que saudade a invade agora?
Será a brisa leve de outrora?
Quem sabe do que há de vir
Trilhas desconhecidas para seguir
Contando com os ponteiros todas as horas
Assim a distância a medir
Sentindo as lágrimas quando for embora
Medo discreto a surgir sem demora.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Conhecendo

Roubarei teu diário de imagens
Teu álbum velho de lembranças
Mergulharei fundo no teu mundo
Com braçadas para alcançar o outro lado
Te conhecer sem que percebas
Nos olhos dos que já passaram
Nas palavras dos ainda presentes
E no que dissestes guardo no eterno
E, assim, a cada dia te encontro
Mesmo quando não estais lá

sábado, 12 de julho de 2008

Piso molhado

Saudade de ver a porta se abrindo
Tuas pegadas sobre o piso limpo
Trazendo a chuva que te lavou
E o dia que deixastes lá fora
Escondido atrás dos relâmpagos
A cortar a gota que te molhou a face
Emoldurada por um sorriso de contentamento
De quem nas águas tudo de ruim deixou

Título?

Mesmo quando não estás
Fica a dor dá tua imagem
Marca no olhos castanhos
A fitar a tela sem cores
Recheada de saudade
Das conversas noturnas
Tão jovem a amizade
Coberta por um nevoeiro, se foi.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Corrente

Sem eles o que seria?
Talvez uma folha seca
Levada pela brisa fria
Ou então, um silêncio sepulcral
Poucas cores, tudo igual
Na estrada, só passagem, sem estadia
O céu, logo, desbotaria
Seria ilha sem visitante
Uma alma só, triste e errante

Penumbra silenciosa

Ela conhece teu íntimo
Desconhece a intimidade
Na escuridão o silêncio
Querendo o gemido em liberdade
Ela teve o corpo
Mas recebeu só a metade
Tanto carinho
Findo na realidade

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Fortaleza

Nem todos são como tu és: transparente
A ofertar carinho doce e plácido
Invadindo vidas sem perceber
Acompanhando com força os sonhos que venhamos a ter
Nele és como fortaleza, pessoa de rara beleza
Amiga sincera a nos acolher


Obs: O "I", substituiu o "Y"

Confiança

Lindos são os dias em que não estamos a sós
Unidos por linhas imaginárias
Crescente e que nos faz presente acompanhando os sóis
Intrigados com a confiança surgindo, mesmo sem o olhar
Acalentando a dor, dividindo o amor que faz tudo passar
No momento em que precisamos de alguém
Almas trazendo esperança, guardando cada som na lembrança

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Descrição

No amor que tenho por ti tem tanta beleza
No pesar ele me traz a leveza
Na dúvidas é única certeza
E destrói a lágrima, filha da tristeza
Nele vejo tanta presteza
Por isso é como o mar
Indo e vindo a te embalar

Nascente

Fazemos amigos inesperadamente
Entre jogos divertidos
Respondendo pequenos gracejos
Na noite ou no dia
Alcançando tanta alegria
Neste etéreo lugar
Dispostos a fortalecer
O laço, o traço, o abraço

Sem distância

Agora é hora de perguntar
Nos diga como o amor te tomou como lar
Aquecendo -se entre teus pequenos braços
Falando tantas palavras sinceras
Letras de um príncipe estrangeiro
Aquele que deve ser um exímio arqueiro
Verdadeiro e belo cavalheiro
Ilibado carinho vem lhe ofertar
Atráves da flecha certeira que a distância faz encurtar

Chances

Jogue os dados
Obteremos uma chance em seis
Obediente será a probabilidade
Haverá de nos fazer ganhar dessa vez

Passageira

Jamais desista de um abraço terno
Ultimamente, tendemos a desacreditar
Levadas pelo que passou
Imaginando que o bom não acontecerá
Ainda há muitos sorrisos escondidos
Nos encontros não vividos
Atravessar o mundo e se revelar

Oceano

De todas serás a mais antiga?
Invertendo o relógio
Avista-nos além mar
Negociando com os livros
A chance de aqui estar.

Gratos

Gratos estamos nós
Unidos talvez para sempre ou só por hoje
Instigados a sorrir das palavras loucas
Leves, atravessando o momento
Hora que o relógio não pode marcar
Ela inexiste nesse mundo paralelo
Resposta a tão forte elo
Marcado por carinho singelo
Esperando te encontrar.

Impressão

A primeira impressão é a que fica?
Basta trocar palavras
Nenhuma resiste aos sorrisos
Esclarecedores da verdade
Refletora da realidade

Eleita

Faz tão poucos dias
E nem é tão estranho percerber
Livres somos para escolher
Independente de onde estivermos
Pessoas que nos fazem sorrir
Eleitas entre as que estão aqui

Declaração

Se me apaixono saberás
Um olhar demorado quanto você chega
Um sorriso iluminado ao te avistar
Um aperto de mão suado
Terno carinho para completar

Se me apaixono de alguma forma vou avisar
Escrevendo bilhetes de bom dia
Esperando sua saída e te acompanhar
Ouvir todas as tuas histórias
Guardando teu sorriso na memória
Conhecer tuas quedas e tuas glórias

Se me apaixono, ei de me declarar
Mensagens no meio da noite
Finalmente, um buquê
Um convite para passear
Tentado a cada novo dia te conquistar

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Biografia

Sou um evento cataclismico
Nascida banhada em sangue materno
Numa hora qualquer do mês de março
No ano bissexto de número um
Começo e final do zodiáco
Guardando um poucos dos anteriores
Virando assim um inteiro de multiplicidades
Segurando as maos amigas pelo eterno
Passageira da estrada aberta
Alçando vôo com ajuda do metal
Para ver o mundo apartir do céu
E com clareza falo
Contando de sentimentos caros sem medo
Mas que podem assustar
Aos que entendem singelas palavras, fica carinho
Àqueles que se perdem nos próprios olhos, nem saudade.

domingo, 6 de julho de 2008

Mensagem

O dia começou agora
A música leva as mágoas recentes
Esvanece as dores passadas
E o corpo e mente só têm tempo para ser alegrar

sábado, 5 de julho de 2008

Tudo bem

Fingiremos que tudo está bem
O final completamente aceito
Apesar do pranto no peito
A soluçar o nome de alguém
Nas noites insones no leito
Sem apagar o que foi feito
Sabendo que não mais o tem.

Chaves perdidas

Ventos fortes soprando tudo em direção ao mar
Ondas engolem a areia da praia
Sal e grãos a construir cofre inviolável
Ficam as chaves perdidas la dentro
Senha para outra tentativa
Mas, depois do temporal pouco restou
Apenas a caixa com sentimentos
Presos ao ontem que não esvanece
Relembrando o olhar que não esquece
Sem encontrar tudo que merece..

Eternidade

És eternidade
Única realidade
A maior verdade que há aqui
Que se apresenta nas mâos geladas
No corpo trêmulo apesar de mil sois
A garganta fecha, o peito aperta
Toda beleza repousa em ti
E nesses olhos tanto bem querer
Quem nem tempo verá morrer

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Anseios em Azul

Traga a lenha para manter-lhe o fogo
Talvez eterno nos dias que passam
Na espera que o entardecer revele mensagens
Cheias de anseio já tão exalado
Cunhado na tela azul em itálico
Em frases curtas repleta de ardor
De rubro a aquecer -lhe os dedos
A excitar a mente distante
Inebriada de tempo não vivido
No ensaio do possível
Quando a penumbra cobre os corpos
E ficam as sombras do que foi o dia
Dando lugar ao que poderá ser
Entre as faces conhecidas a olhar

Guardado

Ainda há tanto de você em mim
Mesmo depois de tantos sonos
Sonhos ainda ti trazem aqui
Para debaixo das cobertas
Ficando ao meu lado
Quando os trovões cortam o céu
O medo forte me invade
Entrego - me a segurança dos teus braços
Que sinto a envolver meu corpo
Então o pavor passa
Abro os olhos, não estas por perto
Senti só o amor que deixastes
Isto é certo, e foi tão belo

Perfume

Deixe-a contar sua história de amor
Até que o soluço lhe rompa a garganta
Enquanto as mãos percorrem a roupa esquecida
Repleta do perfume tão conhecido
A invadir esta sala vazia
Carregado o vivido de outrora
Que ainda lhe impregna a retina
Lente banhada de saudade
Tão viva quanto o sentimento presente
Escorrendo -lhe entre os dedos
Alcançando o chão sem poeira
A aguentar a verdade: foi-se desta cidade

Claridade

A claridade se vai
Volta a angústia
Assalta tudo
Carrega o pouco restante
Esvaziando os envelopes
Segredos revelados
Quem ficaram sem nom
Porque já é tarde para contar
E encantar jovens amantes
Com o júbilo sentindo
Antes da luz se apagar

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Não há amor

Não há amor pelo próximo
Há carinho presente
Sorriso feito de lembranças
Gotas de um desejo
Forte como a chuva lá fora
Atravessando a rua com pressa
Em busca da grandeza do mar

Não há amor pelo próximo
Talvez um aperto no coração
Um olhar cálido para o tempo
Palavras doces no papel branco
Sobre a escrivaninha a arrumar

Não há amor pelo próximo
Quem sabe o ciúme infantil
Mãos saudosas da segurança sentida
Entre as ruas desconhecidas daquele lugar
Com seu ar frio e aconchegante

Não há amor pelo próximo
Há o amado
Perdido na estrada distante
Alcançando sonhos na tarde quente
Rompendo as janelas dos olhos sedentes
Sem deixar nada faltar

Momento

Teu silêncio me agrada
Ficamos assim calados
Tento todo o tempo para olhar
Memorizar as linhas da face
Ver a marca dos anos no rosto
Guardar entre os dedos a textura da pele
E trocar sorrisos, afagos, devagar
Para nos reconhecermos no futuro
Fazendo desse presente o melhor passado
Que poderei levar para as noites solitárias
Sem amargura, nem tristeza
Cheias da tua sincera beleza
A me embalar

Nas nuvens

Tem algo de forte nesse olhar verde
Nas mãos macias e de dedos longos
Entrelaçadas até o anoitecer
Deste dia bendito com ar de eternidade
Gravado pelo carinho na alma simples
Invadida pela felicidade do encontro
Duradouro, vindouro, a chegar
Apesar das horas curtas que passam
Que para longe a estão a levar
Com força tornando tudo vivo
Entre as nuvens atravessadas
Pelas telas coloridas
Iluminando todas as noites no novo lugar
Lembranças para sempre a durar.