segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Combalido

Devolva meu sono limpo
Sem imagens a me acordar
Nao quero rememorar
E sentir a dor avançar na pele
Fazendo o relógio parar
Em forma de pesadelos
Solidão que veio de longe
De anos distantes
Que nem sabia que estava lá
Ficou perdido num papel mal escrito
Era espera de um amor falido
Aquele que já nasceu combalido
Pois só havia um  a amar.

Corte

E tenta criar histórias
Montar memórias
Sobre a fina camada de pó
Para tudo ficar simples
E sem dó
Quem saber passar despercebido
Deixar o passado num canto esquecido
Mas o peito ainda ferido
Insiste em sangrar
No meio da noite
Na luz do dia
Rezando para o corte fechar.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Por que?

Não quero cartas de amor
Nem tao pouco teu afago
Quanto mais perto de mim ficas
Mais me afasto
Porque teu olho pode me atravessar
Descobrir meu telhado de vidro
E no fim me abandonar
Ficarei eu, com mais chagas
Que não sei como curar
Essas marcas que não saram
Por que fui me apaixonar?

sábado, 6 de julho de 2013

Ele


Ele não alcança
Ele não defende
Ele não escuta
Quem não o culpa

Ele não é justo
Ele não percebe
Ele não reconhece
O que são retos

Ele não existe
Além do mar

Traços

Não se pode dizer a verdade
Sobre os medo de traços incertos
Feito a quatro mãos
Quatro linhas tortas, grossas
Perpetuando o não-belo
Seco, reto
Nada singelo
Se reproduzirá
No olhar de espanto
Não há nenhum encanto
Ficam lábios cerrados para não magoar
Mas o desenho que pronto haverá de assustar?

Rejeição

E na dor sobrou a raiva
Que lançou longe a fortaleza
Deixando jazer sobre o piso frio
A pedra que lhe servia de chão

Na dor da perda
Sobrou a fúria
Que desmanchou as contas de proteção
Renegando aquele a quem jurou amor

Na dor da perda
Surge a fraqueza da crença
Que se revela dúbia anos depois
Na rejeição do abraço que lhe foi dado
Por aqueles que não são seu pão.

Ausência

E o silêncio ecoa no vazio da folha branca
Não há mais luzes verdes sinalizando chegadas
Vê-se a transparência sinônimo da ausência presente
Na linha azul que surge  o mundo parece injusto
Salas cheias de felicidade
Telhados repletos de uma tristeza sem par
Enquanto passos lentos seguem em busca do equilíbrio
Na vã esperança de que o aperto passe
E o ar faça a vida se encaminhar
Esquecendo as costas dadas a deuses em formato de colares
Lembrando na hora da dor, pois assim renegas mãos ao lado.

sábado, 1 de junho de 2013

Estar



Atrás de mim algo em preto e branco
Peças de um quebra-cabeça feito de pensamento
Diante de mim há o verde
Grama suave donde brotam cabeças- quebradas
E entre as paredes brancas
A solitária esperança verde
Refletido no espelho largo
Tentando mostra quem és
Enquanto as setas do relógio
Apontam para o que temos em nós.

domingo, 19 de maio de 2013

Celebração

Celebrarei sua chegada
Sua entrada na sala de piso branco
Na vida de estrada larga
Ladeada de luz solar
Receberei teu sorriso
Com meu carinho
Deixarei que durma sobre minha pele
Para crescemos enquanto o dia se vai.

Poeira

O tempo irá passar
E você ficará no passado
Será poeira levada pela vento
Jogada pela janela
E servirá apenas lembrança
Cicatriz
Memória do egoísmo
Expresso pelo lábios teus

domingo, 5 de maio de 2013

Como Esquecer

Quero te esquecer
A cidade não deixa
Placas azuis indicam teu endereço
E o asfalto negro  tua direção

Quero te esquecer
A casa não deixa
No vidro transparente as marcas dos teus dedos
Nas paredes letras letras invisíveis formam teu nome

Quero te esquecer
O corpo não deixa
Teu sorriso guardado no olho
Teu beijo se repetindo a cada noite.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aliança

Enquanto tua boca promete amor
Teu corpo passeia sobre outras peles
Enquanto carrego teu anel
Teu olhar degustar o carmim de tantos lábios
Enquanto desejo o vestido branco
Você despe desconhecidas

Inseguro

Seu jeito arrumado
Sua vinda calma me engana
E perco a segurança na calçada
Minha vida menor que uma bala
A rua barulhente não te espanta
Perdi tantas vozes, isso me cansa
E agora, que as grades te encontrem
Assim eu podereu sorrir
Ao lado dos que nao roubam.

domingo, 28 de abril de 2013

Cadê você?

E hoje cade você?
Para sorrirmos sem nos preocupar
Sermos mais um no coro
Em meio a multidão a cantar

Cadê você? Vem cá
Olhar por céu, o brilho estelar
Dançar na grama nova
Juntos para celebrar

Cadê você? Vamos andar
De braços dados
Dois passos pra lá e dois passos pra cá
Curtir um som
Resolver a vida do jeito que dá

Cadê você?Vamos passear
Andar no meio da rua
Sentir o cheiro de sal do mar
Quem sabe tomar banho de chuva
Para a Tristeza desmanchar

Cadê você? Não vai voltar
Então vou escrever
Para você não me esquecer
Não me abandonar.

Vai passar

Neste fim está teu começo
Dias com mais tons além do cinza
Não mais tormentas
Apenas o toque leve da brisa
Desembarançando tuas ideias
Fazendo teu olhar firme
O coração sereno
Nada daquele medo te fazendo pequeno
A espera do adeus que não vira
Vê com clareza toda a beleza
Que o espelho tem para te mostrar
Assim segue sabendo
Não é tão grande essa tristeza
Aperto no peito que vai passar.

Sol no Outono


Um domingo de verão em pleno outono
São as lembranças de quando foi querido
Embalado pela música com cor de flores
Um cheiro dando ao mundo sentido
Curando as chagas do ferido
Dando aos pés forças para andar
Encontrando novos nomes
Desenhaodos na areia
Para em breve desmanchar.

Sem guia

Está noite repleta de desculpas
Para não ir
Vai evitar
Que a chuva molhe
A pele fria que quer mudar
Quem sabe rir
Remediar
Trofeu quebrado
Tem tantos cacos para juntar
Vai costurar sonhos
Cheio de nós
Nenhum um adeus
Só agonia
A gargante seca
Falta palavra para expressar
Pernas para correr
Mão para amparar
E assim vai
Pela estrada estranha
Sem alguém para guiar

Passa tempo

Passsa tempo, tempo passa
Quero apagado edíficios
Notas promissorias
Cheques pré-datados


Passa tempo, tempo passa
E me salva das insones noites
Dessa cor verde silenciosa
De memórias vividas

Passa tempo, Tempo passa
Lento ou não
Apenas passe
Levando para o fundo dessa nuvem
Madrugadas recentes

Distância

Não te quero por perto
Fique atrás daquele porta clara
Escondida numa gaveta
Em uma mala
E me deixa sentindo o vento frio
O sorriso límpido dos que cantam
Desconhecidos na multidão feliz
Enquanto ergo as mãos para o alto
Tentando alcançar o sol
Mesmo depois do anoitecer


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Infinito

Quanto tua morte veio
Me restou o silêncio
Escrito em giz
Letra eterna
Feita de sete notas
E melodias infitinitas
Que não findará
Quando eu me for.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Riscos

Escritas estão todas as respostas
Como pratos sobre a mesa posta
Mas tem o silêncio pra duvidar
Do que se foi
Do que se é
Do que vai ser tornar
Deixando em aberto
Se o que foi feito era certo
Pois sobraram só os  riscos para apagar



Cura

Leve-me pela mão doce senhora
Me afoga com teus sorrisos de outrora
Cura minhas chagas com teu toque leve
Faz minha alma ferver neste lugar cor de neve
Transforma minha dor em algo breve
Quero de volta as forças para te erguer
E te levar até nosso altar.

Colina

Tantas horas com o passado do meu lado
O peito aperta
Tenho nele algo cravado
Que doí tanto
Vejo sangrar
Sem cor, sem sabor
Só a dor de não ter
Nem experimentar
Ouvindo a vida que não tive
Em cima de saltos finos
Os dedos num vermelho vivo
Mas tem essa fumaça pra sufocar
O pulmão enegrece
Tanta lágrima
Não dá pra respirar
Subo a colina
Atrás de espaço
O ferro bloqueou meu passo


Nada

Não me importa a tua face
Nem tanto a cor da tua pele
Quero saber qual a tua arte

Não me importa quantos anos vivestes
Mas sim o que fizeste com eles
O que traz como marcas
Assinalando tuas aventuras
Coberto pelas tuas lágrimas

Não me importa teu endereço
Quero saber qual o preço
Que pretendes pagar para sorrir
Só pra seguir, pra se perder sem se preocupar

Outros olhos

E já se foram 20 luas
Nao consigo aqueitar
Pra esquecer
Nesta cidade sem marcos
Com cheiro de águas de março
Que me fazem te  relembrar
Sigo a vida de tantas almas
Mas só saber da tua me acalma
E sem saber tuas horas
Outras tantas imagens a me ocupar

E vem sono
Onde você está
Mas no meu sonho não posso te encontrar
Fui só rabisco entre tantas letras
Perdida entre tantas formas
Outros olhos queres fitar


Cartas de Amor

Quero escrever cartas de amor
Mas me falta o endereço
Não sei onde fica teu  primeiro berço
Teu paradeiro eu desconheço
Assim como o som do teu sorriso
O cheiro da tua pele
O formato da tua letra num papel bonito
O caminho pra te encontrar é um mistério
Dizem que não te encontro por ser demais sério
Fico escondido  entre as paredes brancas
E, desse jeito quieto, não vejo você passar
Pra te sorrir, te acompanhar
E na tua mão meu nome rabiscar
Junto deles juras de amor declarar
Pra te fazer no meu coração acreditar