quarta-feira, 19 de março de 2008
Aviso
Se protegeria contra a saudade que ficará do beijo que ganhou
Se esconderia atrás das grossas paredes de argila do olhar terno e viveria
Fugiria e não teria os sonhos fazendo morada debaixo de lençóis brancos
Escaparia dos afagos fortes, cheios de desejo passageiro,
Mas que se eternizaria em sua pele, pois tanto os queria...
Dispersas
Ficam com fumaça, dispersa pelo vento
Um vento de nome tempo
Que nos mostram que tudo é passado
As poucos, elas viram cicatrizes
Fazendo eterna morada na vida de uns
Lembrando carinho que tanto se deu
E a reciprocidade que não aconteceu
Aos poucos, elas viram gotas
E tornam -se minúsculas num oceano de sorrisos que não são seus.
quarta-feira, 5 de março de 2008
A volta
Um tempo longe para futuro,
A minha ausência é por agora
E no teu peito fica meu mundo
Te tenho aqui junto de mim
O pensamento correndo solto
Te encontra enfim, tudo melhora
O corpo vai, a alma fica
Do lado teu, todas as horas
E se na dor, bate saudade
Também a mim a tristeza invade
Mas demores para sorrir
Porque o tempo a de correr
Contando os dias para eu partir.
Retorno
Trazendo nas mãos um pequena rosa sem espinhos
Que tirei para não te machucar
Com pétalas macias e avermelhadas
Duas folhas verdes a acompanhar
Ela é corada como tua face serena
Nem tão grande, nem tão pequena
Cabe certinho entre suas mãos
Assim como você cabe no meu coração: seu eterno lugar
Iluminando com a força das pequenas estrelas os cantos escondidos no amanhecer
Que vem correndo ao nosso encontro enquanto ela guias os insones pelos corredores de cristal
Em direção as camas ainda feitas a espera de moradores duvididosos
Desejando que os pensamentos esvaneçam dando espaço para um descanso
Nos curtos segundos em que a alma se esquece do corpo
Vagando incerta nas plumas do travesseiro repleto de segredos
Dificuldades
Busca no teu olhar um convite para a entrada
Querer conhecer teus pensamentos
Enquanto um sentimento cresce medroso as escondidas
Devia ser mais fácil seguir em frente
Sem ter medo das lacunas que ficam
Do novo que chega e ocupa todos os espaços
Devia ser mais fácil viver novos momentos
E neles não ter os mesmos rostos de outrora
Sorrindo pro sol de fim de tarde.
A fazer da imaginação realidade pura
Voltar para esse chão feito de terra e não de vontade
Confessa, que sempre há substitutos para a ausência
Que, às vezes, silêncio é sinal de despedida
Que o antigo perde beleza para o novo
Aceita, o cansaço desta presença se debela quando ela parte
E fica o alívio em forma de paz
terça-feira, 4 de março de 2008
Ausência
Os olhos o procuram,
Os dedos escrevem o nome sobre folhas brancas
E na garganta um choro preso querendo ficar livre
Para banhar a tristeza de lágrimas e curar a ferida que nasceu com sal,
Transformando as doces palavras escritas em borrões azuis
Incógnita
Quanta saudade me invade o peito
Ela só diminui se te encontrar..e eu não sei seu paradeiro.
Onde está o mapa que pode levar - me até vc, quais as pistas?
Precisa de senha para entrar na estrada que me aproxima de ti?
Será que terei de esperar em silêncio, sem poder dar os primeiros passos
E quieto esperar o tempo esquecer - se de mim, enquanto só consigo lembrar de vc...
Entrega
Dê uma hora do teu sono, que terás o melhor sonho
Entrega um pouco das tuas lembranças, que ouvirá verdadeiras histórias
Divida teu caminho, que encurtaras o tempo de caminhada
Segure a mão do teu bem -querer, que não se perderá na multidão
E assim, guardara a sensação doce da pele
A lembrança eterna teu abraço
Para onde estiveres, sorrir ao fechar os olhos
07/12/2001
Ainda não sabemos porque viemos
E ficamos nesse bar e nos embriagamos
Perdidos nas nossas verdades
Aceitando que somos metade
Do que eu e você podíamos ser
Jogando nossos corpos uns sobre os outros
Querendo está naquele lugar
Onde somos como o vento:
Desmanchamos a fumaça de tantos cigarros
Enfeitamos cabelos com flores
Sem precisar dizer “Adeus”.
1999
Coisas boas não se repetem
Estarão sempre presas ao instante de seu nascimento
Para morrer pouco depois e ressuscitar apenas nas mentes
Coisas boas não dizem adeus
Vão embora sem olhar para trás
E todos as seguem para nunca alcança-las.
Chances (2000)
Dei-me todas as chances de desistir de tua boca sobre meus lábios embriagados de sonhos
Perdidos no amanhecer de uma quarta-feira, que pode ser de cinzas ou pode ser de fogo
Dei-me todas as chances de trilhar um caminho seguro
Mas decidi pular nesse precipício sem fundo
E sentir o suor escorrendo quando meu olho encontra o teu
Dei-me todas as chances para fechar a porta
E fugi de casa à procura de tua alma
Que foi embora sem marcar no meu relógio o dia e a hora de sua volta
Dei-me todas as chances de gritar aos quatro ventos
Enchendo de ar estes pulmões
Mas acabei escrevendo algumas linhas de uma história que já foi contada
E esquecida por meio mundo e lembrada na minha e na tua rua
Dei-me toda as chances de olhar pro outro lado
De esquecer a beleza do teu rosto
A leveza do teu corpo
E a doçura da tua voz
E ao invés de ser “eu” quis ser “nós”.
Cinzas
Queima a pele e marca a alma
E trás para perto a certeza plena do que se foi
Deixando ao teu lado o que desejas
Fecha o olhos, e recolhe aos teus sonhos
O sorriso largo, o abraço forte, o afago que conquistastes
E diz depois que ficou a vontade grande de repetir
De pisar sobre aquelas pegadas refazendo o caminho
Voltando a está onde sempre quis...
Quero silêncio cheio de vento, trazendo pra perto esse doce perfume
Quero a força da chuva, lavando os pés descalços sobre a terra
Quero as lembranças guardadas no travesseiro, virando sonho
Quero o amanhecer azulado, me encontrar do teu lado
Depois, anoitecer com um sorriso nos lábios