domingo, 21 de junho de 2020

Hum mil

Foram mil dias
Idas e vindas
E tudo estava em paz
Um barco quieto no cais
Agora é triste o tempo
Como incomoda essa demora
Os segundos eternos momentos
A espera senta ao lado
Iça vela
Lança esse coração ao mar
Se vão os dias serenos
Eu, silêncio revolto,  querendo
Te encontrar

Espaço

Tu não cabes neste espaço
Vai deixar triste
Vai deixar manchado
Vai ficar salgado
Arderá enfim
Tu aqui não será dádiva
Será memória do não porvir

Não posso

Não te posso por nessa melodia
Tu és de passagem
Ela é me porto, meu seguro

Não te posso por nessa letra
Ela é perene
Tu és nuvem que passa

Não te posso por nesse som
Ele é tão alto
Tu és silêncio

Não te posso por entre os nomes
Ele é todo conhecido
Tu és, até de mim, escondido

Não te posso colocar no aqui 
Ele é todo presente e futuro
Tu não está em tempo algum

Não te posso mistura com lembranças
Ela é meu tudo
Tu és estrada

Não te posso oferecer doçura
Ela acalenta a noite fria
Tu nela não estará

Não te posso dar tanto
Ela me embala,enxuga meu pranto
Tu és distante, instante fulgaz
Um dia irá, sem olhar pra trás

Sou

Sou o terceiro
Sou o canto
Sou o depois
Sou o segredo
Sou o quarto
Sou o 1/4 do dia
Sou o que passa
Sou o que esquenta
Sou o que se vai
Sou o escondido
Sou o vazio
Sou o inimigo 
O trecho não escrito no livro

Desfazer

Me pergunto porque não desfaço
Dou dois passos, mas não tem laço
Recuo
A distância descubro
Que não te acho 

Quadro

Você está ao meu lado
Em preto e branco
Em vidro e papel
Em um pedaço 

Trinta dias

Faz 30 dias, 
Faz 30 noites
Que só tenho o amanhecer
Há 30 dias, 
Há 30 noites
Que o proibido ficou mais doce
Apenas a 30 dias
Apenas a 30 noites
Que teu olhar ficou mais belo
São 30 dias
São 30 noite
Que durmo
Que acordo
Com teu rosto
Com teu gosto
Tão pouco tempo
E não te alcanço
Trinta quilômetros até você
30 dias, 30 noites
No universo de mil vezes anoitecer
Faz 30 dias
Faz 30 noites
Que o pensamento está em ti