sábado, 26 de janeiro de 2013

Riscos

Escritas estão todas as respostas
Como pratos sobre a mesa posta
Mas tem o silêncio pra duvidar
Do que se foi
Do que se é
Do que vai ser tornar
Deixando em aberto
Se o que foi feito era certo
Pois sobraram só os  riscos para apagar



Cura

Leve-me pela mão doce senhora
Me afoga com teus sorrisos de outrora
Cura minhas chagas com teu toque leve
Faz minha alma ferver neste lugar cor de neve
Transforma minha dor em algo breve
Quero de volta as forças para te erguer
E te levar até nosso altar.

Colina

Tantas horas com o passado do meu lado
O peito aperta
Tenho nele algo cravado
Que doí tanto
Vejo sangrar
Sem cor, sem sabor
Só a dor de não ter
Nem experimentar
Ouvindo a vida que não tive
Em cima de saltos finos
Os dedos num vermelho vivo
Mas tem essa fumaça pra sufocar
O pulmão enegrece
Tanta lágrima
Não dá pra respirar
Subo a colina
Atrás de espaço
O ferro bloqueou meu passo


Nada

Não me importa a tua face
Nem tanto a cor da tua pele
Quero saber qual a tua arte

Não me importa quantos anos vivestes
Mas sim o que fizeste com eles
O que traz como marcas
Assinalando tuas aventuras
Coberto pelas tuas lágrimas

Não me importa teu endereço
Quero saber qual o preço
Que pretendes pagar para sorrir
Só pra seguir, pra se perder sem se preocupar

Outros olhos

E já se foram 20 luas
Nao consigo aqueitar
Pra esquecer
Nesta cidade sem marcos
Com cheiro de águas de março
Que me fazem te  relembrar
Sigo a vida de tantas almas
Mas só saber da tua me acalma
E sem saber tuas horas
Outras tantas imagens a me ocupar

E vem sono
Onde você está
Mas no meu sonho não posso te encontrar
Fui só rabisco entre tantas letras
Perdida entre tantas formas
Outros olhos queres fitar


Cartas de Amor

Quero escrever cartas de amor
Mas me falta o endereço
Não sei onde fica teu  primeiro berço
Teu paradeiro eu desconheço
Assim como o som do teu sorriso
O cheiro da tua pele
O formato da tua letra num papel bonito
O caminho pra te encontrar é um mistério
Dizem que não te encontro por ser demais sério
Fico escondido  entre as paredes brancas
E, desse jeito quieto, não vejo você passar
Pra te sorrir, te acompanhar
E na tua mão meu nome rabiscar
Junto deles juras de amor declarar
Pra te fazer no meu coração acreditar