terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Doze ponto um

Doze dias para o toque
Dozes meses para o engano
Doze passos para fuga
Doze dias para o alívio
Doze meses para esquecimento
Doze passos de distanciamento

Vento

Onde te encontro e onde te perco
Onde te acho e onde te abandono
Quero te largar no canto da escada
No passeio público
Te jogar dentro de uma lata
Porque vc nao pode me amar
Não pode atravessar o tempo
Nem ser chão onde me apoiar
Quero te deixar no esquecimento
Porque você não é alento
Fico é só, ao relento
Pedindo ao vento pra te levar.

Abandono

De volta haverá menos
Menos a dizer, menos a fazer
Haverá ainda que querer?
Se agora, aqui longe nem quero tanto
Não tem espaço para ocupar
Os fios tecidos vamos desfazer
Palavras ditas vamos esquecer
Nem tem mais o desejo do teu beijo
Uma vontade loca de te abandonar
Dizer adeus, me afastar
E seguir em frente
Em busca de uma cama quente
Algo mais que teus pedidos
Tantos vazios que não quero ocupar
Quero as chaves de volta
Minha porta fechada
Nada tenho a ensinar

Carruagem

Em tuas mãos teve o corpo
Porém, teu dedos querem a carruagem
Para abandonar o chão negro
Fugir da luz intensa
Correr do cansaço
Transpor espaços
O corpo pequeno e frágil nao interessa
Pois não pode te levar
Encurtar caminhos, fugir do frio
Impedir molhar
A carruagem prata te serve
Trará novos corpos para você gozar.

Doze passos

Doze passos nos separam
Caminhos preenchidos por sapatilhas
Rosas sapatilhas para pés pequenos
Uma atrás da outra ao teu encalço
Cujas pegadas são declarações
Que não deixam marcas no teu olhar
E já não te ouço, e nem te vejo
Envolto em nomes novos, rostos jovens
Me afasto, apenas os doze passos
Não consigo te alcançar.